A vida de carne e osso é, no mínimo, interessante. Nós seres humanos somos compostos de inumeras faculdades, que nos possibilitam interagir com o ambiente. Mas nem sempre nosso potencial é aproveitado. Para aproveita-lo em sua inteireza, acho que uma abordagem fracionada dessas habilidades facilitaria sua compreensão. Ou seja, “dividir para conquistar” como diriam os antigos imperadores romanos.

O Homem Vitruviano, de Leonardo Da Vinci
O Homem Vitruviano, de Leonardo Da Vinci

Pois bem, os seres humanos poderiam ser arbitrariamente divididos nas seguintes camadas (acompanha uma breve descrição):

– Corpo: organismo vivo.
– Emoção: alegria e tristeza.
– Mente: somar e subtrair. verdadeiro e falso.
– ID: o verdadeiro Eu. Você propriamente dito. A consciência. O Observador.

Nós somos seres tão complexos, tão multi-facetados, tão malucos e legais, tão lógicos e calculistas, tão… difíceis de descrever por completo. Olhar para essa multidão de tipos de pessoas, retirando o caráter julgador que normalmente damos a todas as coisas, faz parecer um caldeirão fervilhando de experiências. As pessoas são o tesouro da existência. Elas enriquecem cada momento, inspirando o mundo às atitudes mais malucas, mais libertadoras, mais conectivas e mais felizes. É claro, há também o lado oposto, como dita o princípio da Polaridade. Afinal, há pessoas de todos os tipos.

De novo, há a classificação. “Tipos”. Por que temos a tendência de classificar tudo ? Estatística ? Método Científico ? Isso está tão enraizado que acaba sendo tremendamente chato. Somos muito “mala-sem-alça” quando agimos assim. Poxa, as pessoas estão vivendo a experiência de vida que elas escolheram. O livre arbítrio, ou seja, a livre escolha ou livre juízo (árbitro = juiz = juízo = escolha, decisão) é uma das faculdades mais incríveis que o ser humano possui. Possibilita qualquer caminho de ações. Apesar desse alto teor de “liberdade” que os indícios mostram, há 2 grandes inimigos para que ela floresça em sua plenitude: a mente e a emoção.

As camadas acima podem ser organizadas seguindo uma sequência, que poderia ser chamada de “Caminho de Atuação do ID Pessoal”:

corpo <-> emoção <-> mente <-> ID

Partindo do nosso ID, que seria nosso núcleo, para chegar à camada “corpo”, temos que transpor outras 2 camadas, que são a mente e a emoção. Transpor essas camadas seria realizar a vontade de ID. Realizar a vontade de ID na camada “corpo”, ou se preferir, no plano material, é a meta principal de nossa existência. Afinal, existe algo mais brilhantemente maravilhoso do que realizar as nossas verdadeiras vontades ?

O real desafio é esse. Concretizar as idéias. Trazer elas à tona, para nossa realidade, essa que percebemos com nossos 5 sentidos básicos.

Há inúmeras dificuldades para se concretizar as idéias. Essas dificuldades têm níveis maior ou menor, dependendo de outros fatores que compõem os seres humanos, que sejam pertinentes à camada relacionada. Por exemplo, alguém que não teve uma educação lógica/racional apropriada na infância terá dificuldades para traçar estratégias, fazer planos, chegar a conclusões e basear teorias (camada mental). Por outro lado, alguém que não teve muita sorte no ambiente familiar, como por exemplo um pai ou uma mãe que não deram atenção (lê-se: amor) suficientes, ou um ambiente social infantil em que fosse perseguido, maltratado, humilhado ou mesmo isolado do resto da turma, terá dificuldades para demonstrar carinho ou afeto, ou mesmo para demonstrar indignação ou insatisfação com algo (camada emocional).

Desde nossa concepção estamos interagindo constantemente com o meio e nossas camadas estão sendo modificadas e adaptadas baseadas nas decisões que tomamos. Poderia-se arguir que não decidimos o que fazemos com nossas emoções, mas não é verdade. O que parece automático, não é. Você apenas está repetindo um padrão de resposta para um tipo de ataque ou choque. Ou seja, é possível interromper o padrão de resposta emocional, modificando a forma que se reage para algo. Portanto, as camadas mente e emoção, embora bastante distintas, estão intimamente conectadas, uma influenciando a outra.

Não quero estragar os diversos caminhos de reflexão que acho que vocês estão tomando em sua mente agora. Aproveite esses momentos para adentrar essas idéias circulantes… nelas há possibilidades que a maioria das pessoa subestima, embora sejam importantes para seu crescimento. Deixe-as expandir livremente. Enquanto isso, vou  preparando o próximo texto.

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14 comentários

  1. “corpo emoção mente ID”

    Assim como cada dia tem sua história e seu ensinamento, cada faceta de nós mesmos tem o seu sentido mais profundo. Não será o caso, jamais, acredito eu, de ignorar ou depreciar o corpo para se exaltar a mente ou o ID, mas pelo contrário, sintonizar-se e aprender com o corpo até o dia em que possa sintonizar-se também com o ID, e compreender que cada etapa teve sua função e seu ensinamento, e foram todas elas profundamente belas…

    Ou, em outras palavras, um passo de casa vez, sem querer dar um maior do que as pernas 🙂

    Abs
    raph

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    1. Teoria extremamente pertinente para o momento em que a consciência coletiva e o auto conhecimento se fazem muito necessários…
      Fico feliz de encontrar pensamentos dessa natureza, pois a busca pelo ID não pode ser solitária. Se aprendermos um pouco a cada dia e absorvermos um pouco de conhecimento de todas as fontes possíves estaremos caminhando para usar muito mais da nossa capacidade como seres humanos… O resultado só pode ser coisa boa…
      Grande abraço e espero ansioso por uma nova idéia.

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