Oi. Seja bem vindo. É ótimo recebe-lo aqui, nesse espaço virtual. Embora estejamos distantes fisicamente, através desse canal de comunicação, nos aproximamos a cada palavra. Cada frase, cada reflexão, sensação ou sentimento que aqui esboço, diversas reações e pensamentos vão sendo traçados, também, no seu Ser. Mas, o que (ou quem) é você?
Vamos (re)começar do início.
A sua existência, nesse exato momento e nesse lugar, da forma como é, com seus pensamentos, habilidades e poderes que lhe são característicos, lhe trouxe aqui, agora. Nesse instante, há um potencial armazenado em você: um ponto imóvel e infinito. Há também o movimento: você se pergunta o que virá nas próximas linhas que se seguem nesse texto, qual será o assunto tratado, talvez tentando adivinhar ou traçar probabilidades, se for do tipo calculista, ou então, tentando intuir minhas intenções, pesando minhas palavras.
Pois bem. Use sua mente e faça uma busca para mim. Procure em sua memória se alguma vez você já se fez as seguintes perguntas:
– De onde eu vim? Sei que vim de meus pais, mas… da onde vieram eles? Da onde surgiu o homem? Qual o início da humanidade? Como eu vim a ser isso que sou, e como só me recordo da minha vida a partir dos 5 anos de idade(mais ou menos)?
– Para onde vou? O que acontecerá quando eu der meu último suspiro? Será como dormir? Como sonhar? Ou talvez como apagar? Será tudo escuro? Ou eu simplesmente deixarei de existir, sem sentir nada, sem SER nada?
– Existe um propósito para eu estar aqui, nesse corpo, nessa vida? Para quê eu vivo? Qual meu objetivo? O que eu devo fazer?
– Por quê eu controlo somente esse corpo? Por que a minha perspectiva é a partir da minha cabeça, e da minha cabeça apenas? Por que existe essa aparente separação entre eu e os outros?
– De onde vêm meus pensamentos? O que faz meus pensamentos agirem tão rápido a ponto de ser quase instantaneamente? O que faz meus órgãos trabalharem sendo que eu não penso para eles trabalharem?
– Por que eu choro ao sentir tristeza e rio ao sentir alegria? Por que meu corpo reage e fica fragilizado se eu choro, e fica revigorado e vibrante se fico contente? Por que a minha vida parece melhor ou pior dependendo desses estados?
– Devo me comportar como eu achar melhor ou como as outras pessoas acham melhor? Vivo em sociedade, e essa sociedade pode ser de grande ajuda ou, por outro lado, um enorme problema para mim, dependendo da reação dos outros ao meu comportamento. Portanto, como devo me comportar? Que “lado” devo escolher?
– Sou dono da minha vida ou sou governado por forças fora do meu controle? Posso fabricar minha experiência de vida pelas minhas próprias mãos ou isso é impossível, sendo nesse caso levado pelos ventos do destino, incapaz de determinar meus próximos passos?
Essas e muitas outras perguntas permearam minha mente e minha imaginação desde a mais tenra infância. Sempre perguntei curiosamente sobre tudo para meus parentes. Eles, com sua paciência e compassividade, explicaram-me da melhor forma possível.
Hoje posso dizer que essas dúvidas foram respondidas diversas vezes, de muitas maneiras diferentes, ao longo da minha busca. Eu diria que nenhuma delas foi respondida com 100% de satisfação e finalização. Aliás, nenhuma pergunta pode realmente ser satisfeita e finalizada 100%… porque a natureza é infinita. O melhor que se pode fazer é uma aproximação da resposta final. Quanto mais próxima, melhor vai ser a precisão com que experimentamos e experienciamos o dia-a-dia.
Perguntas são importantes, pois elas apontam para algo que precisa de sentido, de significado. Sem esse sentido, a vida perde o brilho. Já estive na tristeza profunda da incerteza e da ignorância. E é algo que vai-e-vem: sempre há áreas que precisam ser esclarecidas, pois conforme vou vivendo e explorando meu potencial, vou descobrindo, no fundo da minha psique, partes inexploradas ou negligenciadas. Cabe a mim acender a luz nesses locais, para que eu possa enxergar o que quer que haja lá e, então, trazê-las para a superfície; limpá-las, cuidá-las, e entendê-las, para daí integrá-las ao restante do quebra-cabeças.
“Puzzle”, por ellajphillips, no Flickr
Ter dúvidas sobre algo indica que você não está satisfeito com as respostas que encontrou ou que têm em suas mãos. Significa que seu EU anseia por algo maior. Um maior significado, uma maior congruência e coerência entre suas partes. O EU busca respostas que integrem melhor seus pensamentos, sentimentos e vontades. A fim de fazer isso, a dúvida surge, bela e simples, cutucando você para que se (re)integre às partes obscuras, se (re)defina como ser vivo atuante, e se (re)encontre com seu Núcleo, A Fonte.
Hoje afirmo que sou muito mais feliz do que quando fiz essas perguntas pela primeira vez. Estou muito mais esclarecido. Mas ainda há muito para iluminar. Estou mais perto do infinito, mas ainda não sou o infinito.
Quais são as suas dúvidas? Quais são os seus dilemas? O que você pensa sobre si mesmo e sobre sua vida?
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Suas perguntas me lembram aulas de meditação.
Aulas de autoconhecimento e talz.
Mas são bem legais, é uma forma de crescer.
Enfim, um dia todos nós saberemos as respostas e acho que veremos que elas estão tão próximas que é muito dificil de se notar.
@Tiago: concordo, Rafael. Está bem “debaixo dos nossos narizes” e não vemos…
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“A dúvida é a semente da sabedoria” (Aristóteles).
Sendo a realidade algo infinito e eterno, como poderíamos esperar obter respostas absolutas para as grandes questões da vida? A dor, de certa maneira, é a forma com que o universo nos faz continuar nosso aprendizado. Se algo nos incomoda, tentamos descobrir a causa. Se brigamos com alguém de quem gostamos, ficamos magoados e nos questionamos sobre quem estava certo. Se sentimos uma dor física, é sinal que algo em nosso corpo não esteja bem. A dor incomoda, mas está longe de apenas ser maléfica. Contudo, ainda assim, mesmo cientes destas coisas, há momentos de escuridão. Podemos planejar toda a nossa vida, mas não sabemos o que irá ocorrer nos próximos 15 minutos. Na verdade, a dúvida e a incerteza são nossas companheiras constantes ao longo de nossas existências, mas se tivéssemos absoluta certeza de tudo, se não houvesse mistérios, nem expectativas, que graça teria viver? Uma existência solucionada seria apenas um script, que nos enfastiaria pela falta de surpresas e reviravoltas. Reclamamos de nossa ignorância, por tudo que ainda precisamos evoluir, mas, talvez, tenhamos abraçado esta condição evolutiva, a fim de termos uma jornada por cumprir e uma aventura por viver.
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