Após ter assistido metade do documentário chamado Earthlings, decidi que deveria ao menos testar em mim mesmo como seria ficar 30 dias sem nenhuma carne vermelha na alimentação, ou seja, sem ingerir carne bovina e suína.
Hoje é meu último dia do período. Devo dizer que tudo transcorreu muito bem!
Supri minha necessidade de proteínas através de aves como frango e peru, e através de peixes, crustáceos, leite e ovos. Foi bastante tranquilo, do ponto de vista do meu apetite, privar-me do consumo de carne vermelha. Acho que ficou um pouco mais difícil agora no final do período de 30 dias, em que o efeito do vídeo já estava bem mais fraco e a vontade de experimentar carne vermelha foi aos poucos voltando.
Mas adotei uma boa técnica para evitar ser “seduzido” pelas fotos de hambúrgueres com queijo derretido, pelas fotos de picanhas suculentas de churrascarias nos outdoors e pelo cheiro de bacon frito nos pratos de outros fregueses nos restaurantes. Eu simplesmente lembrava do vídeo e dos motivos pelos quais eu decidi fazer esse experimento. Isso foi bastante eficaz.
Vocês podem estar se perguntando quais foram os verdadeiros motivos para eu ter aderido a esse Experimento de 30 dias.
Por três motivos principais:
1) Saúde.
Já li diversos artigos que dizem que carne vermelha é de difícil digestão e assimilação, sendo um dos alimentos que mais dão trabalho ao organismo para serem absorvidos. Além disso, também há relatos de que aumenta a pressão sanguínea e/ou colesterol devido a altas quantidades de gordura na carne. Também contribui para o aumento de peso e acúmulo de gordura. Também há o problema da forma com que os animais foram tratados e condicionados, e como a carne foi armazenada e transportada, até a preparação e a chegada ao meu prato. Questões de higiene com os animais, doenças transmitidas entre eles, canibalismo, entre outras coisas que acontecem nas granjas e criadouros que nem ficamos sabendo e que afetam a nossa saúde diretamente. Isso foi mostrado no vídeo em abundância.
2) Maus Tratos contra Animais.
Esse motivo fica bastante evidente, é claro, no vídeo mencionado acima. Além do aspecto moral do comportamento sub-humano que presenciamos para com nossos irmãos terrestres, isso também tem um aspecto físico: os animais são em muitos casos esquartejados enquanto ainda estão vivos. Esse tipo de abate faz com que toxinas sejam liberadas no sangue e acabem alojadas na carne do animal moribundo. E adivinhem? Comemos essas toxinas de morte sofrida/sufocada na churrascaria ou nas nossas próprias casas. Será que elas são neutralizadas através do fogo? Não sei. Mas quem disse que todos comem carne bem passada? Todos adoram uma carne “ao ponto” soltando um pouquinho de sangue… né?
3) Espiritual.
Embora seja prematuro eu tratar sobre isso nesse ponto de evolução do blog, terei que dar algumas explicações resumidas (coisa que não gosto de fazer – prefiro explicar muito bem tudo o que digo aqui) sobre a parte espiritual de se matar um ser vivo. Pois bem.
Todo ser vivo possui um campo de energia muito específico. Dependendo do ser vivo, esse campo de energia pode ser mais sutil ou mais denso, e ter mais consciência ou menos consciência individual de si mesmo. Quanto mais consciência tiver um ser vivo, mais amplo, mais definido e mais complexo será esse campo de energia que o envolve e o penetra; e quanto maior e mais complexo é esse campo, mais a matéria física fica impregnada com essa energia.
A carne e principalmente o sangue dos seres vivos são impregnados com esse campo energético. Esse campo varia conforme a saúde, o estado psíquico, as necessidades físicas, as sensações, as emoções e até mesmo conforme os pensamentos, no caso dos seres humanos.
Quando um animal que possui bastante consciência individual morre de forma inadequada, ou seja, morre desesperado, sofrendo, assustado, entre outras sensações nada agradáveis, essas impressões ficam impregnadas na carne através desse campo de energia individual. Quando nós vamos comer um bife ou filé feito a partir desse animal, nós ingerimos também essa energia de baixa vibração, ou energia negra, dentro de nossos corpos. A partir daí, nossos próprios campos de energia têm o trabalho dobrado para conseguir digerir aquele pedaço de carne, pois a energia também precisa ser dissolvida e absorvida adequadamente. Isso embota o corpo físico e os corpos sutis que nos interpenetram, deixando-nos com lentidão de pensamentos, reações mais eufóricas ou nervosas e com baixa reflexão ou capacidade intuitiva sobre as coisas. Ingerir esse alimento faz com que diminua muito o ritmo vibratório de nossos campos, tornando-nos menos aptos a captar as inspirações e idéias de planos sutis. Tornamo-nos demasiadamente “terrestres”. Síndrome do Pânico, neuras, ataques nervosos, fobias… são amplificadas por esse tipo de influência.
A história seria diferente se os animais fossem tratados com dignidade e tivessem uma vida boa e plena, e no final de suas vidas, fossem mortos de forma rápida e indolor, dando-lhes uma passagem tranquila. Mas infelizmente não é isso o que acontece. Não há como saber quem faz da forma correta e quem não faz. E sinceramente, nesses tempos em que somente a expansão comercial e o sucesso econômico importa aos investidores, acho difícil haver alguém consciente o bastante a fim de dispender esforços em prol dos animais.
A saída que sobra é abster-se de comer carne. Eu escolhi começar pela carne vermelha pois é de longe a mais prejudicial. Bois e Porcos são animais com muita consciência individual e retém grande parte das impressões de suas vidas em sua carne. Aves possuem uma consciência menos desenvolvida, embora já representem um avanço evolutivo em direção à individualidade. Aves também apresentam diversos problemas, como aplicação de hormônios de crescimento, alto nível de estresse nas granjas e a forma como são criadas. Sei que o ideal será também me abster de aves, tornando minha alimentação exclusiva em peixes e crustáceos. Porém, sei que cada passo dado tem que ser bem firme e embasado, para somente daí poder seguir adiante.
O passo foi dado e foi muito válido. Gostei dessa experiência e tenho a intenção de continuar a me abster de ingerir carne vermelha. Estou me sentindo muito mais calmo ultimamente, com maior clareza mental e com mais facilidade de concentração para atividades que exigem essa faculdade. Sem dizer que estou dormindo melhor e tendo sonhos cada vez mais lúcidos. Recomendo a todos experimentarem pelo menos uma vez essa experiência de 30 dias!
***
Muito legal Tiago!
Acho que vou tomar essa iniciativa também!
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Eu tenho aos poucos eliminado a carne da minha alimentação, mas não totalmente, apesar de talvez um dia chegar a tal… Agora, se for para começar por algum passo, o primeiro deveria ser NUNCA mais comer patê de fígado de ganso, pois é o absurdo dos absurdos a forma como esse alimento é “produzido”…
Abs
raph
@Tiago: nunca me informei sobre como esse patê é produzido, mas acho que imagino como seja…
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Enfia-se um cano goela abaixo do ganso para o forçar a comer bastante e inchar o fígado, quando o fígado está bem inchado daí que se mata o ganso para fazer o patê. O problema é a quantidade de tempo que o ganso vive com um cano enfiado na goela, absurdo mesmo… É tratado basicamente como um saco de carne onde despejam gorduras para poder crescer e inchar…
@Tiago: mas que maravilha, ein?
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Segundo Papus, o vegetarianismo, assim como todos os outros rituais de limpeza energética (como jejum e/ou banhos especiais) nunca devem ser extendidos além da medida.
O vegetarianismo é uma das medidas que pode, segundo ele, “ser usada por tempo bastante longo” sem comprometer os corpos, mas lembremos que Ying e Yang são partes do universo, energias necessárias ao equilíbrio.
Dor e morte são parte do mundo, e se ater dessas energias completamente (assim como intoxicar-se delas) é alienante e nos deixa verdadeiramente aleijados, pois evita que desenvolvamos a tolerância a estes aspectos naturais do universo e, principalmente, nossa familiaridade para com eles.
Antes de nos livrarmos de tudo e chegarmos ao não-pensamento, ao não-ego, temos de aceitar tudo. Isso inclui morte, dor, sofrimento, e até mesmo aquelas coisas mais “demoníacas” e “sub-humanas” de que somos capazes. Ser humano é menos ser limitado a fazer coisas sobre-humanas ou voltado únicamente para a espiritualidade do que aprender a fazer de tudo, do “sub-humano” ao “sobre-humano”.
Falta-nos poder e conhecimento para elevarmo-nos aos céus, mas não devemos perder a capacidade de descer aos infernos e voltar quando quisermos. Sem isso, seremos duplamente limitados.
@Tiago: concordo completamente que precisamos dominar todas as nossas habilidades e todos os aspectos que envolvem nossa vida. Dominar no sentido de termos o controle sobre o que vamos ou não fazer; a partir do momento em que não conseguimos abdicar de algo por estarmos viciados e dependentes desse algo, então não temos o domínio sobre aquilo. Ser capaz de sacrificar (destruir) algo e ser capaz de obter (criar) algo são lados da mesma moeda. Nesse experimento de 30 dias eu consegui exercitar minha capacidade de sacrificar algo que eu gosto muito, que é comer carne vermelha; com isso, estou muito mais no controle dessa minha necessidade agora do que há 30 dias atrás. Ter domínio, controle, disciplina sobre si mesmo é igual a ter a liberdade de escolha para fazer o que quiser. Portanto, pode-se dizer que eu exercitei a minha Liberdade e agora posso optar por comer carne vermelha a hora que eu achar conveniente, e parar de comê-la a hora que eu achar conveniente também, sem grandes restrições ou sofrimento para fazer isso.
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A pessoa intitulada “D” falou e disse.
Soube se expressar bem, geralmente não consigo me expressar assim.
Mazzon, já vi esse vídeo a anos, e me pareceu que era feito justamente para aqueles que consomem carne animal e tecidos dos animais, mas, mesmo assim continuo consumindo carne pois de onde vim os animais não são maltratados como no vídeo, com excessão de frangos em granjas e bois e cavalos em rodeio.
Não me sinto culpado pela insensatez humana que provoca toda essa selvageria demonstrada no vídeo, porém me sinto triste de ver a que ponto chegou o ser humando. Onde foi que erramos?
@Tiago: então, deixemos claro que não sou extremista. Acho bom termos consciência dos nossos atos, por exemplo, saber o que estamos comendo. Se você está tranquilo, então ótimo. Realmente, o ponto a que o homem chega para satisfazer seus desejos e apetite chega a ser perturbador.
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Seu último parágrafo soou bastante motivador, mas vou te falar hein, como é difícil se abster da carne vermelha no país do churrasco e da cervejinha com os amigos.
🙂
@Tiago: nem me fale. Bastante difícil. É uma teste de Vontade muito bom, pois crescemos comendo picanhas suculentas na brasa, e indo a rodízios. Mas ao mesmo tempo é muito bom ver que dá pra controlar nossos impulsos SIM. Se você realmente quiser 🙂
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Num dado momento da minha vida eu decidi parar de vez de comer qualquer tipo de alimento que fosse oriundo da morte de animais. E NÃO foi por motivos religiosos.
No começo foi bem complicado, principalmente para comer na rua, mas continuei firme e com um mês já percebi que minha pele estava melhor e tinha mais energia, depois de um ano conversando com um amigo, notei que até tinha ficado menos doente e tido menos problemas de enxaqueca.
Tem quase 10 anos que continuo com essa dieta e nem penso em voltar a comer carne, até mesmo pq com o passar do tempo o cheiro da carne que antes seduzia se torna um odor insuportável.
@Tiago: legal essa sua história Raquel. Também senti alguns desses sintomas após esses 30 dias, entre eles o principal foi a clareza mental, a energia elevada e uma saúde melhorada. A dificuldade, pelo menos para mim, em fazer uma transição para o vegetarianismo total seria em encontrar fontes de proteína e vitaminas do complexo B em abundância no local onde moro.
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B12 é o grande problema do vegetariano pois somente provém de origem animal. Ela nutri seu cérebro dude , só com ela vc consegue ser inteligente =P
O resto do complexo B vc consegue fácil
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Fico feliz quando vejo pessoas se esforçando em prol da vida dos animais e em prol de suas próprias evoluções.
Sou ovolactovegetariana há sete anos e posso afirmar que parar de comer carne foi uma de minhas decisões mais acertadas nessa vida.
Adoro seu blog, porque ele reflete a minha busca também e espero que tenha sucesso em todos seus objetivos.
=)
@Tiago: obrigado, Jesyka! Seja muito bem-vinda 🙂 Sucesso para todos nós!
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muito obrigada =)
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Tenho 44 anos e não como carne vermelha e nem carne branca há 25 anos. Não tenho nenhum problema de saúde por conta disso! Tb não sou radical, mas acho um verdadeiro absurdo criar os animais dessa maneira para matá-los de uma forma ainda mais cruel. Nós, seres humanos, temos muuuuuito a evoluir.
Abraços
@Tiago: como vc fez pra suprir seu organismo com vitaminas do complexo B?
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Tiago,
Eu como muito queijo, brócolis, farelo (granola, soja, linhaça, aveia…) e o leite de vaca eu não tomo somente o de soja, ovos tb não, somente no preparo dos alimentos. Além disso tomo polivitaminico do complexo B e poliaminoácidos.
Um grande abraço.
@Tiago: hmm… obrigado! abs
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Acho legal essa experiência e acho que todas as pessoas deveriam se abster de carne, deixei de comer carne vermelha à dois meses e acho que me deixou um pouco mais sensível a determinados cheiros, a minha rinite também está me dando mais trabalho, mas não vou desistir desta meta em minha vida, depois também pretendo parar de comr galináceos, mas ainda não chegou o momento. Senti que minha vida melhorou depois que adoteibeste hábito mais saudável. Boa sorte
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Olá Tiago, a quatro dias atrás assisti ao documentário Earthlings que citaste, e assim como você decidi “testar” o vegetarianismo.
tenho estudado bastante a cerca desse estilo de vida pois sempre tive dificuldade em manter minha alimentação equilibrada.
o que posso dizer pelo pouco tempo de experiencia em não comer nenhum tipo de carne visto que sou carnivoro a vinte e cinco anos, é de que ficou muito claro pra mim, la dentro sabe?Q realmente tomei a decisão certa. 🙂
estou tendo facilidade em encontrar alimentos com grande quantidade de vitaminas e minerais e o mais facinante é justamente TODA uma serie de mudanças nas receitas e combinações. Me peguei hoje a noite dando risada ao encontrar um a caixinha de hamburgeres de soja escondidinho em meio a tantos outros “normais”. E você Tiago, como está com sua decisão?
Desejo a você paz e saúde. Um abraço
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