Ontem percebi que havia errado na contagem do Sefirat Ha Omer. Isso me causou inúmeros sentimentos e reações. Primeiro, fiquei muito bravo. Bravo comigo mesmo. Intolerante. Como pude ser tão tolo? Tão negligente? Logo eu, que estava fazendo com a maior dedicação, com todos os instrumentos, todos os dias, da forma correta?
Considerando que estava fazendo no formato Avançado, como pude me deixar trair tão facilmente?
Aí surgem as respostas. A intuição, a voz interior.
“Nesse dia, você não fez como nos outros dias. Você foi afobado. Foi apressado. Não quis seguir todos os passos. Quis terminar depressa. Nessa correria, não prestou atenção suficiente. E atenção é primordial nesse tipo de exercício. Como você espera conhecer-se e explorar seus limites, sem ter atenção? Ora, a atenção é o fundamento da meditação. Meditação é o próprio treino da atenção. E você negligenciou esse aspecto, talvez o mais importante de todos.”
“Você estava indo bem. Estava fazendo progressos. Mas deixou que coisas momentâneas fossem mais importantes do que a tarefa que você mesmo se propôs. Isso fez com que perdesse a contagem. E isso em si só é uma lição valiosíssima. Encare-a como sendo a lição do Sefirat Ha Omer desse ano. Perceba como esse problema tem afetado sua vida como um todo, inclusive em áreas que você nem havia notado. Páre de dar tanto crédito à mente linear e ao seu próprio conforto. A mente linear é somente um instrumento que ajuda em certas tarefas, nada mais. Ela não é seu centro. Assim como seu conforto, que pode ser adquirido em pouco tempo, com poucas coisas. Já o que você busca não pode ser adquirido com a mesma facilidade, ou pode?”
“Equilibre-se. Sempre que estiver desequilibrado, equilibre-se. Lembre-se dos exercícios que conhece. Use-os. Respire fundo. Não se deixe levar pela rapidez e afobação externas ou internas. Faça o que propôs a si mesmo, e faça bem feito. Atenção. E, é claro, perdoe-se.”
“Não se julgue tão pesadamente. Você está evoluindo. Não se culpe nem se puna. A auto-punição te previne de aprender e vivenciar o momento, atrasando seu progresso. Sei que a justiça é um dos valores regentes de sua vida, mas ser justo é dar permissão para reparar os erros. Nada é definitivo, como você bem sabe.”
“Trabalhe com boa vontade e diligência e lembre-se de não se auto-promover demais. Você estava indo bem, mas você estava se congratulando demais por isso, o que acabou criando uma auto-imagem maior do que você realmente é. Essa auto-imagem aumentada é que está forçando você a se julgar pesadamente demais.”
“O Trabalho do Omer é o do auto-conhecimento, o de conhecer a sua própria árvore da vida e praticar para melhorá-la. Ora, isso pode ser feito mesmo tendo quebrado a corrente. Continue com o trabalho, da melhor forma que puder, e verá que terá valido a pena todo o esforço. O autoconhecimento é a sua recompensa.”
Então, com tudo isso para refletir e aprender, vejo que as lições desse ano são: ser mais humilde, ser mais disciplinado, e ser mais tolerante comigo mesmo.
Obrigado, egrégora do Sefirat Ha Omer. E os trabalhos continuam!