Novo ano, velhas (e novas) reflexões

Velhas Reflexões

Vai ano, vem ano, e a impressão que tenho é que não importa a mudança desse número, desse contador. A mudança do número não importa. Assim como as tarefas diárias não importam por si próprias; elas são uma parte que se precisa dominar na vida, mas não se deve focar absolutamente nelas, pois não são um fim, elas são o preço cobrado, ao qual se vai pagando (ou não) conforme se vai vivendo e as executando.

Dormir, acordar, tomar café, trabalhar, tomar banho, lavar pratos, limpar a casa… são coisas que todo ser humano deve fazer, seja ele próprio, ou algum outro pago por ele. Mas entre tudo o que se faz durante o dia, deve haver algo que você faça com paixão, com amor, com vontade genuína; com uma força que te impulsiona e te dirige, de tal forma que você não se force em absoluto em fazê-la, mas ao mesmo tempo deve-se deixar “rolar”. Fluir.

Todos os dias eu vejo a janela de tempo para fazer essa coisa surgir, e eu penso “posso deixar para depois” ou “agora não posso, estou executando X tarefa, depois farei isso”. Mas o tempo se escoa e o que eu realmente queria fazer não foi feito.

A solução?

Fazer mesmo que interfira em outras tarefas. Tomar nota, pelo menos, do que se quer fazer. Abrir mais janelas no tempo para executar isso, que vêm lá do âmago de seu ser. Senão, fica-se preso nas tarefas diárias corriqueiras e a tarefa que realmente importa para esse momento no tempo-espaço fica adiada para depois ou amanhã. E o amanhã nunca vem, o depois nunca vem; pois o amanhã é sempre amanhã. O amanhã não existe, é uma ilusão criada pela mente. O agora existe. O dia 12/01 existirá, se eu viver até ele. Mas o amanhã? O amanhã é a promessa jamais cumprida, o desvio da atenção, a auto-ilusão.

O que é que eu tenho adiado seguidamente, sem trégua?

Questões sem resposta (novas reflexões)

Quando se busca pelas grandes respostas da vida, não se sabe o que acontecerá. O buscador muitas vezes se perde; seja em conceitos fora-de-si, seja em si mesmo. O Universo parece derramar sua infinitude para dentro e para fora do buscador. Os espaços e dimensões são tão complicadas e abstratas que fica difícil expor em palavras. Acho que a grande barreira para encontrar as respostas, no meu caso, seja eu mesmo.

Temo mergulhar em mim mesmo. E se eu me perder? E dai, como me acharei? Estarei pior do que estou agora, não?

Se sou feito, mesmo que diminutamente, dos mesmos arquétipos que compõe as dimensões do Universo, então em mim há, ainda que sob severas restrições, todas essas dimensões disponíveis para explorar. Talvez não estejam “abertas”, por assim dizer, mas o potencial existe. O potencial de se conectar nesse planos existenciais e, quem sabe, estabelecer contato com alguém de lá. Loucura minha? Talvez…

Ou ainda, tornar-se um receptáculo para que alguém do lado de lá venha para cá. Um veículo, ainda que temporário, para outros seres visitem e experimentem nossa dimensão.

Se isso é verdade, então, esse potencial de conexão interdimensional existe em todos e em cada ser humano. Você, eu, sua mãe, seu colega de trabalho, seu chefe, seu amigo, seu inimigo, o mendigo da rua, o viciado em crack, a prostituta, o lixeiro, o ladrão, o assassino… todos eles… com um imenso potencial. Todos eles, com tanto para explorar, para experimentar. Todos podendo ser heróis por si próprios… ou vilões.

E tudo isso existe espalhado em todas as situações que vivemos. Pois acessamos essas dimensões para pegar inspiração, para pegar energia de ação, para raciocinar, fazer cálculos, lembrar de eventos passados, sentir amor, tristeza, felicidade. Pois, se esses arquétipos divinos interpenetram e compõe toda a realidade, então tudo o que existe bebe da fonte deles. Bebe dessas dimensões, ou planos existenciais.

E é aí que toda essa enorme reflexão, todas as consequências que vêm pra você, tornam-se difusas demais e a “realidade” se faz mais forte, trazendo-o para o “aqui e agora” novamente, dizendo “ok, páre de viajar demais. Você tem tais tarefas para fazer. Faça-as, concentre-se nelas. Isso é o que importa!”.

E você abaixa a cabeça e obedece esse impulso, pois sabe que o que deve ser feito tem de ser feito, e se não for feito, será muito pior. E você se lembra que a experiência é o que vale no final das contas, não as conjecturas que se formam na sua mente demasiadamente inflada de informações e livros. Mas, que há a possibilidade para o que se pensou, isso há… e lá no fundo, você sabe que é preciso comprovar por si mesmo ao invés de ficar apenas supondo… e a aventura de se trilhar o caminho surge mais forte e lhe puxa para ela, instigando-o. E agora? Ir ou não ir? Trilhar ou não trilhar? Eis a questão!

 

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